quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

“Gasparzinha-camarada” em 500 caracteres


Há uns meses criei um perfil num site de relacionamento parecido com o ORKUT, a proposta é exatamente a mesma, ou seja, interagir pessoas, apesar da maioria estar lá a procura de sexo. Há uns 4 anos já tinha criado outro perfil neste mesmo site, mas com o tempo me cansei e vou explicar o motivo. Enfim, na hora de criar o meu famigerado perfil tive a preocupação de fazer um breve resumo de quem sou, o que eu acreditava ser normal (mas não é, acreditem!!). Não é tarefa fácil fazer papel de “gasparzinha-camarada” em 500 caracteres e ao mesmo tempo cortar as asas de aventureiros, que em nada me interessam. Opto pela objetividade, é mais fácil falar do que não gosto e do que não quero e assim procedo. Digo meu nome, escrevo que gosto dele e peço para que não me chamem de gata e de morena. Afinal, a Ivete Sangalo é morena, eu sou negra e não há nada de desabonador falar que alguém é negro quando ele realmente é negro. Digo que não coleciono fotos de pênis e nem de performances sexuais de quem quer que seja e acrescento, finalmente, que sou apreciadora do bom senso e das boas maneiras. Então começa a rolar algo que eu realmente gostaria de entender.

São milhares de perfis, uns com fotos, uns com coisas escritas, outros com palavras de ordem adolescente: “sua inveja faz a minha fama”, “solteiro sim, sozinho nunca” e uns crimes hediondos como “sou uma pessoa eStrovertida”. Pensem comigo, se estão lá [os perfis] é para que sejam lidos por pessoas que se interessem pelo dono do perfil. Certo? Ledo engano!!! Apesar da minha preocupação, da minha rispidez proposital ao escrever que “não gosto”, “não quero” e “não adiciono”, as pessoas (neste caso, os homens) que se interessaram pelo meu perfil (o que fica muito claro pelo MORENA, DELÍCIA e outras coisas chatas que homem gosta de escrever) sequer leram que com certas atitudes o meu interesse por eles torna-se nulo.

Não sei o que se passa na cabeça das pessoas. Quando me interesso por algum rapaz eu procuro colher o maior número de informações possível, tal como filmes preferidos, livros que leu, lugares que vai, o que gosta de fazer aos finais de semana, se gosta de cachorro. Desta forma a gente tem assunto pra chegar na pessoa e evitar a bola fora de dizer que o cara é “uma diliça de goxtosinhu” e depois ver que ele faz parte da comunidade “Odeio meninas que falam 'axim' ".



04/01/2009

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